segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"Narradores de Javé" na tela do Cineclube Belém Insular


O Cineclube Belém Insular apresenta o filme NARRADORES DE JAVÉ
Escola Bosque, Auditório, 14 de Dezembro, 18h.

A pequena cidade de Javé, no interior do nordeste brasileiro, está condenada a desaparecer. Seus moradores serão forçados a abandonar seus lares porque estão no caminho do progresso, isto é, a cidade onde há muito fixaram morada será inundada pelas águas implacáveis de uma barragem hidrelétrica. O que fazer para evitar tamanha desgraça? Resta aos moradores tentar provar que Javé tem algo de grande e de valioso o suficiente para sustar a construção da barragem. E se há algo de fato valioso naquele quase esquecido povoado são as histórias das origens da cidade, os grades feitos que levaram a erguê-la, as épicas narrativas que se fixaram nas mentes das pessoas e que dão conta da origem comum. Chamem, então, os narradores de Javé, os antigos, os que sabem das coisas, os escutem, fixem seus saberes no caderno do picaresco Antônio Biá, publiquem e provem que a cidade não pode desaparecer assim ao bel-prazer do progresso predador.

Filme: Narradores de Javé. 2003, 100 min. Direção de Eliane Caffé. 


Kid Quaresma

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

MPB e Cinema na Praia do Vai-Quem-Quer em Cotijuba

O Cineclube Belém Insular apresenta as sessões


Cine MPB

Compondo a programação cultural do Ciência na Ilha, nosso Cineclube traz, no espaço do Barrigas Bar, na praia do Vai-Quem-Quer, Cotijuba, dois grandes nomes da música brasileira, Tom Zé e Chico Buarque, em filmes nos quais os músicos cantam, falam de seus processos criativos e da realidade nacional. Às 20:30h, dias 09 e 10 de Dezembro.

Dia 09 de dezembro, 20:30, no Barrigas Bar:

Filme “Chico ou a país da delicadeza perdida”. 1990, 73 min. Direção de Walter Salles e Nelson Motta. A visão poética de Chico Buarque sobre a passagem de um Brasil delicado, embalado pela Bossa Nova e pelo otimismo dos anos de JK e Jango, para um Brasil assombrado pela obscuridade da Ditadura Militar e cantado nas canções de protesto.

Dia 10 de Dezembro, 20:30, no Barrigas Bar:

Filme “Programa EnsaioTom Zé”. 1991. 61 min. Direção de Fernando Faro. Episódio do clássico programa da TV Cultura com Tom Zé falando de sua arte e de sua vida, e, claro, tocando algumas de suas canções.

Kid Quaresma

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"Por trás do pano" será exibido em Outeiro

POR TRÁS DO PANO


Escola Bosque, Auditório, terça-feira, 30 de Novembro de 2010.

Uma trama em que arte e vida se confundem, em que a representação da existência humana pelo teatro e a teatralização da vida fundem-se num só corpo. Helena é uma atriz amadora que recebe o convite de um diretor e ator de teatro famoso e consagrado, Sérgio, para encenar o grande drama de Shakespeare, Macbeth, a oportunidade de sua vida. Mas a coisa não é tão simples. Helena tem medos e receios que tenta compartilhar com o marido, nem sempre interessado. Descobre que o grande homem do teatro é casado com Laís, uma arquiteta bela e carente, é relapso com as coisas do lar e egoísta. Os quatro envolvem-se, então, num clima de ciúmes, conflitos e descobertas, típicos do teatro e acabam encenando, na própria vida, alguns dos dramas próximos aos vividos por Macbeth e sua Lady. Luís Villaça, o diretor do filme, explora a circunstância e aproxima a vida de sua representação.

“Por trás do pano”. 1999, 90 min. Direção de Luís Villaça.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Consciência Negra e Cinema em Outeiro

CONSCIÊNCIA NEGRA e CINEMA no CINECLUBE BELÉM INSULAR.

A partir de quarta-feira, 17 de Novembro, começa a programação com a temática Consciência Negra no Cineclube Belém Insular.

O negro protagoniza

O Cineclube traz a temática negra para onde lhe cabe, o cinema, com filmes nos quais o negro é o protagonista. Sejam eles os orixás do Brasil e do Benim, conectados cinematograficamente através do atlântico, no filme o atlântico negro, na rota dos orixás, ou na revolta quase suicida de um Dorival ensandecido pela injustiça, em o dia em que Dorival encarou a guarda, ou ainda, na mitológica capoeira de Besouro Mangagá, em besouro. Os filmes neguinho e kika e sete minutos, curtas-metragens que compõem a coletânea de curtas intitulada sete curtas premiados, ambos tendo como referência para ação e personagens os subúrbios e morros cariocas, formando uma atmosfera de violência oriunda de tráfico e morte, recorrente no cinema brasileiro e muito explorada em filmes como tropa de elite e cidade de deus, sugerem, num diagnóstico sociológico, a periferia como lugar por excelência do negro. O moleque trata da vingança de um jovem negro atormentado por garotos que lhe sacaneavam por causa de sua cor; em vista a minha pele emerge um mundo em que há uma inversão inusitada: quem domina são os negors, os brancos estão oprimidos e pobres. Em todos, algo comum: o negro é o protagonista.

Acompanhe a programação:

Quarta-feira, 17 de Novembro, às 19h:

Filme: “O Atlântico Negro: na rota dos Orixás”, 1998, 48 min. Direção de Renato Barbieri. Documentário de média-metragem que interliga, através do colossal oceano atlântico, voduns do Benim africano e orixás brasileiros,

Quinta-feira, 18 de novembro, às 19h:

Filmes: “Maré Capoeira”, 2005, 15 min. Direção: Paola Leblanc. “Neguinho e Kika”, 2005, 18 min. Direção de Luciano Vidigal. “Sete minutos”, 2007, 07 min. Direção: Cavi Borges, Júlio Pecly e Paulo Silva. “O dia em que Dorival encarou a guarda”. 1986, 15 min. Direção: Jorge Furtado.

Sexta-feira, 19 de Novembro de 2010, 19h:

Filmes: “Vista a minha pele”, 2004, 15 min. Direção de Joel Zito Araújo. “O moleque”, Direção: Ari Candido Fernandes. Adaptado do conto homônimo de Lima Barreto. 2004, 13 min. “O dia em que Dorival encarou a guarda”. 1986, 15 min. Direção: Jorge Furtado.
“Neguinho e Kika”, 2005, 18 min. Direção: Luciano Vidigal.

Terça-feira, 23 de Novembro de 2010, 18h:

Filmes: “Neguinho e Kika”, 2005, 18 min. Direção de Luciano Vidigal.
“Besouro”, 2009, 95 min. Direção: João Manuel Tikhoumiroff. A história de Besouro Maringá, legendário capoeirista, que tinha o dom de desaparecer sempre que se fazia necessário. Dizia-se, inclusive, que Besouro tinha o corpo fechado. Será mesmo?


Kid Quaresma

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Horror em Outeiro

O CINECLUBE BELÉM INSULAR APRESENTA A


II Sessão Horror no Bosque, curta-horror.

Outeiro, Escola Bosque, Auditório, 09 de Novembro, 18 h.


Retorno das atividades do Cineclube Belém Insular em novembro! Devido às peculiaridades do mês de Outubro, mês das crianças e dos feriados, mês das eleições, demos um jeito de adequar as atividades do cineclube ao contexto e não realizamos sessões no horário de sempre. Mas retornamos, e com horror.

Experimentalismo e temas macabros sacodem o público do Cineclube Belém Insular. Venha para a sessão Curta-Horror e compreenda porque o horror é um gênero tão difundido nos dias de hoje. A sessão traz uma novidade: um filme estrangeiro, Corta, realizado na Coréia do Sul pelo contemporâneo Park Chaan-Wook, com o virtuosismo típico do diretor asiático.

Filmes: Behemoth, 2002, SP, 06 min, direção: Carlos G. Gananian. Nocturnu, 1998, RS, 11 min. Direção: Dennison Ramalho. Wragda, 2004, 11 min. Direção: Frederico Cardoso. Cut (Corta). Direção: Park Chan-Wook. Coréia do Sul, 40min.

Kid Quaresma

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O CINECLUBE BELÉM INSULAR LEVA O CINEMA À PRAIA DO VAI-QUEM-QUER

Curtas-metragens para crianças, jovens e adultos na praia do Vai-Quem-Quer em Cotijuba.


Na próxima sexta-feira, 29 de Outubro, às 19h, na Pousada Sol e Lua, sob a brisa da baía de Marajó, serão exibidos os seguintes curtas-metragens:

Dona Carmela. Seu Augusto Benevides tinha esperança de que seu neto pudesse conhecer Dona Carmela, a personagem que ele interpretava para TV há trinta anos, e que, se dizia, era a melhor contadora de histórias da telinha. Mas não há mais para Dona Carmela na TV... Direção de Iziane Mascarenhas, 2004, 13 min.

Tainá-Kan, a grande estrela. Adaptação da lenda indígena Carajá sobre uma estrela que, sob os rogos de uma jovem e bela índia, toma a forma de um homem velho e desce à terra. Mas a índia, decepcionada com a aparência do velho homem, recusa-se a casar. A lenda de Tainá-Kan, explica a descoberta da agricultura pelo povo Carajá. Direção de Adriana Figueiredo, 2006, 15 min.

O moleque. Tião é um moleque negro e bem arrumadinho, filho de lavadeira, bom sujeito, mas que padece das brincadeiras e sacanagens de uma turma endiabrada que lhe zomba por causa de sua cor. Mas Tião encontrou uma forma bem humorada de se vingar. Direção de Ari Candido Fernandes, 2004, 13 min.

Dona Cristina perdeu a memória. O menino Antônio, nas suas brincadeiras no quintal, acaba por conhecer Dona Cristina, uma senhora que lhe conta um episódio da sua vida várias vezes, mas sempre de modo diferente. Afinal, o que há com essa muito simpática senhora que parece se esquecer do que há pouco disse? Direção de Ana Luíza Azevedo, 2002, 13 min.

Caçadores de Saci. Onofre mora com a família numa chácara onde coisas estranhas estão acontecendo: o leite azeda, o ovo não choca, o feijão insiste em queimar. Só pode ser coisa de Saci. O jeito é contratar um caçador de saci, e dos bons. Direção de Sofia Federico, 2005, 13min.

IDOS DE OUTUBRO

Devido a problemas de acesso à internet, não pudemos, nós do Cineclube Belém Insular, atualizar, como manda o protocolo, nosso blog. É que, insulados como estamos, a rede mundial de computadores esquivou-se ao risco de uma travessia com maresia agressiva e esperou o barravento aquietar-se para as bandas do oriente, bem longe da baía de Marajó. Contratempos à parte, no entanto, a programação do Cineclube Belém Insular continuou, mesmo um tanto acidentada com as vicissitudes do mês de outubro, com suas procissões, pleitos, feriados, caminhadas, calores e vais e vens típicos do décimo mês do ano. Quisemos, então, que nossa programação se estendesse e se efetivasse na ilha de Cotijuba, aproveitando-nos de que, em períodos de feriados, imprensados e enforcados, não é possível realizar sessões em Outeiro por questões operacionais e de segurança. O público infantil foi o foco de nossa programação, já que outubro é o mês das crianças. Registre-se as sessões realizadas em outubro:

Dia 02: BARRAVENTO de Glauber Rocha, em Cotijuba, na UP Faveira.

Dia 05: HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES, de Jorge Furtado, na Escola Bosque em Outeiro.

Dia 18: os curtas DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA de Ana Luíza Azevedo e PAISAGEM DE MENINOS de Fernando Severo, na Escola Bosque em Outeiro.

Dia 19: os curtas DONA CARMELA de Iziane Mascarenhas, AS ANDANÇAS DE NOSSO SENHOR SOBRE A TERRA, de Betse de Paula, TAMPINHA, de Ângela Lago, THAINÁ-KHAN, A GRANDE ESTRELA de Adriana Figueiredo e O MOLEQUE de Ari Candido Fernandes, na Escola Bosque em Outeiro.

Dia 22: os curtas THAINÁ-KHAN, A GRANDE ESTRELA de Adriana Figueiredo, O MOLEQUE de Ari Candido Fernandes, AS ANDANÇAS DE NOSSO SENHOR SOBRE A TERRA, de Betse de Paula, DONA CARMELA de Iziane Mascarenhas e TAMPINHA, de Ângela Lago, em Cotijuba, na UP Faveira.

Dia 23: sessão horror na ilha, com o primeiro filme não nacional exibido pelo Cineclube Belém Insular, CANNIBAL HOLOCAUSTO, de Ruggero Deodato.

Kid Quaresma

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mostra: O CINEMA PENSA A ADOLESCÊNCIA

FILME HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES

Escola Bosque, Auditório, dia 05 de outubro de 2010, as 18:00
 Filme: houve uma vez dois verões, 2002, 75 min. Direção: Jorge Furtado.
 Sinopse: Chico conhece Roza (com z) numa noite na praia; os dois ficam juntos, mas ela desaparece sem deixar vestígios. Ele a procura, sem sucesso, e quando está por perder a esperança, recebe um telefonema da moça. Marcam um encontro, no qual a moça declara gravidez, solicitando, na ocasião, que ele a ajude, com dinheiro, para um aborto. Essa é apenas a primeira vez que Roza engana Chico; ele vai, pouco a pouco, conhecendo o modo maroto com que a moça ganha a vida. Entretanto, Chico a ama e não desistirá. Uma comédia romântica para pensar a adolescência.



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Professor Kid falando com a "galera" sobre cinema de horror, após a sessão regular que exibiu dois filmes de José Mogica Marins, mais conhecido como "Zé do Caixão"

O Cineclube Belém Insular apresenta:

Terça-feira, 28 de setembro de 2010.

As 18:00 no auditório da Escola Bosque, exibição do filme:

BATISMO DE SANGUE

Sessão Regular: Batismo de sangue, 2007, 110 min. Direção Helvécio Ratton. Baseado no livro homônimo de Frei Betto.


Sinopse: O filme de Helvécio Ratton acompanha a ação de frades dominicanos que ousaram, durante o período da Ditadura Militar, se opor ao cruel sistema, sofrendo suas conseqüências. Dentro do domínio do pensamento cristão, os freis: Betto, Oswaldo, Ivo, Fernando e Tito agregam-se a elementos da luta armada, inclusive o líder Carlos Marighela, contribuindo no combate à ditadura, e enveredando para o cárcere como tantos outros a quem bateu o braço forte da ditadura. A trajetória de Tito é a mais radical: nele a tortura sofrida se propaga além mar, até seu suicídio, na França, atormentado com os pesadelos do sofrimento.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CONCEITOS E PROGRAMAÇÃO CINECLUBE BELÉM INSULAR SETEMBRO DE 2010

 
Primeira sessão dirigida do Cineclube: mostra curta Jorge Furtado, focalizando três curtas-metragens do diretor gaúcho. Sessão dirigida, pro Cineclube Belém Insular, é aquela que tem como convidados, ou como Público especial, um determinado grupo. No caso, a presente sessão, deixando livre a passagem para todos os públicos, se fará em consonância com os interesses da disciplina Ciências da Profª Gleiciane Bezerra, turmas C4 Escola Bosque. Importa deixar marcado que a mostra curta Jorge Furtado é a primeira sessão extra do Cineclube (entendendo esta, como toda sessão que se faça fora do horário da sessão semanal fixa, que vem sendo executada às terças-feiras às 18h).



Sessão CURTA JORGE FURTADO, Escola Bosque, Auditório, segunda-feira, 13 de Setembro, 15h. FILMES:

Ângelo anda sumido, 1997, 17 min.

Ilha das flores, 1989, 12 min.

O sanduíche, 2000, 13 min.



Sessão regular: ABRIL DESPEDAÇADO, 2001, 99 Min. Direção: Walter Salles.

Devido ao feriado de 07 de setembro, a primeira sessão regular do cineclube ocorre na segunda semana de setembro, excepcionalmente, e dá a largada com um filme de Walter Salles. O cineasta brasileiro, que dirigiu os filmes central do Brasil e terra estrangeira, escolhe a aridez do sertão nordestino para contar essa estória de tradição belicosa entre famílias, que se propaga através do tempo sob o peso da honra e da morte. Salles escolhe o momento de ruptura da nefasta tradição, a qual, entretanto, não deixa de existir sem que uma última vítima se ofereça em sacrifício. A vítima é uma criança, o Menino, que, com sua vida (sua morte), ao mesmo tempo rompe a tradição e sela a sorte de Tonho, o irmão, libertando-o da sina.

Escola Bosque, Auditório, 14 de Setembro, 18:00h.



Sessão regular: HORROR NO BOSQUE, José Mojica Marins em dois médias-metragens, Escola Bosque, Auditório, sexta-feira, 21 de Setembro, 18h.

Sessão horror no bosque, enfatizando o horror como gênero cinematográfico – seus desdobramentos, suas peculiaridades de linguagem, a fetichização imposta a esse gênero pela indústria cultural, o parentesco com a literatura de horror. Dois médias-metragens comporão a sessão, ambos de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, um dos cineastas brasileiros que mais se dedicou ao gênero, tendo alcançado o refino de obras-primas. As sessões horror no bosque ocorrerão regularmente.

FILMES:

Pesadelo macabro, 1967. 31 min. Um sujeito é atormentado por pesadelos terríveis a partir dos quais intui que será enterrado vivo.

Ideologia. 1967, 32 min. As teorias e sobretudo as práticas macabras co que o Dr. Oaxiac Odéz comprova sua tese a respeito da degradação humana e do triunfo da matéria sobre o espírito.


Mostra O CINEMA PENSA A ADOLESCÊNCIA, FILME HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES

Mostra o cinema pensa a adolescência, com exibição de filmes abordando os problemas e dilemas próprios dessa faixa etária. Essa sessão extra é dirigida ao público adolescente em geral e a todos os que se interessem pelas questões que envolvem esse complicado interregno entre a idade infantil e adulta.

Filme: houve uma vez dois verões, 2002, 75 min. Direção: Jorge Furtado. Escola Bosque, Auditório, dia 27 de Setembro, 13:15H.

Chico conhece Roza (com z) numa noite na praia; os dois ficam juntos, mas ela desaparece sem deixar vestígios. Ele a procura, sem sucesso, e quando está por perder a esperança, recebe um telefonema da moça. Marcam um encontro, no qual a moça declara gravidez, solicitando, na ocasião, que ele a ajude, com dinheiro, para um aborto. Essa é apenas a primeira vez que Roza engana Chico; ele vai, pouco a pouco, conhecendo o modo maroto com que a moça ganha a vida. Entretanto, Chico a ama e não desistirá. Uma comédia romântica para pensar a adolescência.


Sessão Regular: Batismo de sangue, 2007, 110 min. Direção: Helvécio Ratton. Baseado no livro homônimo de Frei Betto.

O filme de Helvécio Ratton acompanha a ação de frades dominicanos que ousaram, durante o período da Ditadura Militar, se opor ao cruel sistema, sofrendo na pele e na alma as conseqüências. Dentro do domínio do pensamento cristão, os freis Betto, Oswaldo, Ivo, Fernando e Tito agregam-se a elementos da luta armada, inclusive o principal líder rebelde, Carlos Marighela, contribuindo no combate à ditadura, e enveredando para o cárcere como tantos outros a quem bateu o braço forte do poder linha dura. A trajetória de Tito é a mais radical: nele a tortura sofrida se propaga além mar, até seu suicídio, na França, atormentado com os pesadelos do sofrimento. Ratton, que viveu o período intensamente, deu um tom de brutal realismo às cenas de tortura, sugerindo, incomodamente, no espectador, a penúria e a humilhação do torturado. Em muitos, como em Tito, as feridas não puderam sarar completamente.



Exibições em Cotijuba:

Cotijuba entra na onda do Cineclube Belém Insular. A partir do dia 18 de Setembro iniciam-se as sessões na ilha cravada entre as baías do Guajará e de Marajó. Relembremos que o principal possibilitador do Cineclube Belém Insular, o proponente no Edital Cine Mais Cultura Pará, do qual a Escola Bosque é parceira e que permitiu acesso ao equipamento de exibição de cinema, foi o MMIB (Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém), cuja sede está em Cotijuba. A deficiência de ambientes apropriados para a exibição na ilha, que atendessem às condições do Edital, assim como a parceria com a Escola Bosque, com sua considerável estrutura material e humana, fizeram, entretanto, com que as sessões regulares tivessem a ilha de Caratateua, distrito do Outeiro, como local de referência. A proposta apresentada ao Edital, contudo, previa a itinerância total ou parcial dos equipamentos e dos acervos disponíveis. Daí que, em seu segundo mês de ação, o Cineclube Belém Insular viaja no tradicional barquinho pôpôpô até a ilha do antigo Educandário Nogueira de Farias, no intuito de praticar um cineclubismo de resistência, em fazer-se alternativa de fruição em um ambiente polarizado pelo turismo de fim de semana e pelas grandes festas. Testemos então o poder de fogo do cinema!


 
Filme: houve uma vez dois verões, 2002, 75 min. Direção: Jorge Furtado. Escola Bosque, UP Faveira, Cotijuba, dia 18 de Setembro, 18h:30min.



Filme: barravento, 1962, 80 min. Direção: Glauber Rocha. Escola Bosque, UP Faveira, Cotijuba, dia 02 de Outubro, 18h:30min.





O CINECLUBE BELÉM INSULAR é uma realização do MMIB (Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém), Escola Bosque, Cine Mais Cultura, MINC, SECULT/Pa.



Contatos: cineinsular@gmail.com. Blog: insularcineclube.blogspot.com







quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cultura Popular e Cinema Novo no Cineclube Belém Insular


 

MACUNAÍMA NO CINECLUBE BELÉM INSULAR – Escola Bosque, Auditório, dia 24 de Agosto às 18:00h

Na edição mais recente do filme macunaíma, em DVD, antes do início do filme, há um curto depoimento do diretor Joaquim Pedro de Andrade sobre o modo como o escritor Mário de Andrade impactou-se com a leitura de uma coletânea de lendas indígenas brasileiras, que o teria extasiado e comovido liricamente. Aí o escritor encontrou o ensejo para escrever a narrativa, que se tornaria uma das principais obras da literatura nacional, referência do modernismo, e que viria a tornar-se, mais tarde, também, uma referência do cinema brasileiro.

Cinema e Literatura: o cinema nacional é em certa medida tributário da criatividade literária nacional. Muitos dos cineastas mais destacados, que construíram por essas paragens suas filmografias, não deixaram de lançar mão ao nosso patrimônio literário, tão fecundo e de história consolidada. Os principais autores nacionais tiveram seus personagens corporificados em atores conhecidos e seus enredos adaptados para os códigos da imagem e do som, transando a expressão livresca, da palavra escrita, seja teatral, seja narrativa, seja, inclusive, poética, com a modernidade técnica e as inovações tecnológicas da linguagem dos olhos e ouvidos - a expressão cinematográfica. Tanto é assim que alguns autores só vieram adquirir popularidade, ou multiplicá-la, quando suas obras ganharam as telas grandes dos cinemas nacionais, caso de autores como Nelson Rodrigues, Jorge Amado e Graciliano Ramos, cujas obras recorporificaram-se de maneira formidável em filmes que, sendo tributários das obras originais, adquiriram independência através da recriação fílmica. Dois exemplos, respectivamente, para cada um desses autores: a falecida (de Leon Hirszman - 1965) e toda nudez será castigada (de Arnaldo Jabor - 1973); tenda dos milagres (de Nelson Pereira dos Santos - 1977) e dona flor e seus dois maridos (de Bruno Barreto - 1976); vidas secas (1964) e memórias do cárcere (1984) ambos de Nelson Pereira dos Santos.

Linguagens que dialogam: a interseção entre o cinema e literatura pode ser constatada quando se percebe que ambas as linguagens são ou podem ser narrativas, isto é, cinema e literatura possuem a potência de contar histórias, de narrar fatos. O cinema o faz mobilizando imagens, no espaço e no tempo de uma ação, por isso, podemos dizer que o cinema transa também com as artes visuais e com o teatro, tendo sua base e seu fundamento na síntese e aglutinação de linguagens diferentes. O cinema não só realiza esse diálogo, como também incorpora as diversas obras pré-existentes, readaptando-as a sua linguagem e exprimindo-as conforme os propósitos do projeto. É o caso de macunaíma, recriação de uma obra literária narrativa, sob as diretrizes do projeto do cinema novo brasileiro. Ocorre também das formas das outras artes serem incorporadas pelo cinema, Isto é, do cinema mobilizar recursos próprios de outras artes, permitindo que se fale, por exemplo, na poesia do cinema, ou na ação cinematográfica. Exemplo é outro filme de Joaquim Pedro, baseado em poema de Carlos Drummond de Andrade: o padre e a moça de 1964.

Macunaíma: em 1969, o cineasta mineiro Joaquim Pedro de Andrade filmou o livro homônimo de Mário de Andrade, macunaíma, corporificando o herói de nossa gente nas figuras inesquecíveis de Grande Otelo e Paulo José. O filme obteve grande repercussão, recebendo prêmios em festivais e considerável bilheteria. O diretor de cinema mineiro, que compunha com outros notáveis cineastas o movimento do cinema novo, recriou a obra do escritor modernista, enfatizando seu caráter irreverente e bem humorado e acrescentando-lhe motivos caros ao movimento de cinema - a reflexão sobre a linguagem cinematográfica e a preocupação com a situação social e política do país, que vivia a fase mais radical da ditadura militar (no filme, a personagem Ci é guerrilheira e há um momento em que Macunaíma, Ci, Jiguê e Maanape contracenam em uma fábrica onde elevadores se movimentam para cima e para baixo, fazendo pensar na luta armada e no desenvolvimentismo, temas da época). O filme trás referências culturais e estéticas do período em que foi realizado, sobretudo do movimento tropicalista, então em voga, e é representativo da fase em que os diretores cinemanovistas buscaram um diálogo mais efetivo com o público através da incorporação de signos nacionais populares e da expressão menos rebuscada e mais didática de temas e conflitos.


 

Macunaíma - Créditos:
Direção,
Produção e Roteiro: Joaquim Pedro de Andrade, baseado em livro de Mário de Andrade

Tempo de Duração: 108 minutos / Ano de Lançamento (Brasil): 1969


Fotografia: Guido Cosulich e Affonso Beato / Edição: Eduardo Escorel

Música: Jards Macalé, Orestes Barbosa, Silvio Caldas e Heitor Villa-Lobos
Figurino e Desenho de Produção: Anísio Medeiros
Elenco: Grande Otelo (Macunaíma); Jardel Filho (Pietro Pietra); Maria do Rosário;
Paulo José (Macunaíma); Rodolfo Arena (Maanape); Hugo Carvana;
Dina Sfat (Ci); Joana Fomm (Sofará); Wilza Carla;
Milton Gonçalves (Jiguê); Myriam Muniz; Zezé Macedo; Maria Lúcia Dahl


O CINECLUBE BELÉM INSULAR é uma realização do MMIB (Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém), Escola Bosque, Cine Mais Cultura, MINC, SECULT/Pa.

Contatos: cineinsular@gmail.com. Blog: insularcineclube.blogspot.com


Escola Bosque:
Av. Nsa. Sra. Da Conceição, s/nº, Bairro: São João do Outeiro Ilha de Caratateua – Distrito do Outeiro – Belém

domingo, 15 de agosto de 2010

Jorge Furtado no Cineclube Belém Insular

SANEAMENTO BÁSICO, O FILME NO CINECLUBE BELÉM INSULAR



Numa cidadezinha na Serra Gaúcha, Extremo Sul do Brasil, um grupo de pessoas, preocupadas com problemas de saneamento, resolve procurar a administração pública local em busca de soluções. Mas não há previsão de recursos para saneamento, há, tão somente, um volume de recursos destinado à feitura de um filme, que está para ser devolvido por falta de uso. A alternativa é fazer um filme barato e aproveitar o recurso para realizar a obra. Entretanto, como é mesmo que se faz um filme? É isso que, com uma boa dose de humor, Saneamento Básico, o filme, procura responder. Dirigido pelo cineasta gaúcho Jorge Furtado, o filme conta com um elenco de atores bem conhecido do grande público.


 

SANEAMENTO BÁSICO, O FILME. Direção: Jorge Furtado. 2007. 112 min. Comédia.


 

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sábado, 7 de agosto de 2010

ESTRÉIA CINE MAIS NO CINECLUBE BELÉM INSULAR

O HOMEM QUE VIROU SUCO, na estréia do Cineclube Belém Insular.

O filme de João Batista de Andrade acompanha o malsinado poeta popular Deraldo, que, enrascado com a fome e a miséria no nordeste brasileiro, vê-se obrigado a deixar a terra natal em busca de alento na grande cidade de São Paulo. Mas nada dá certo pra ele, sem dinheiro, desalentado, confundido com um sósia operário nordestino que assassinou o patrão, perseguido pela polícia – a trajetória de Deraldo vai revelando as contradições de uma cidade imponente, violenta e desigual. O homem que virou suco se tornou célebre na cinematografia brasileira por sua difusão no circuito cineclubista e nos movimentos sociais superar, em adesão de público, a difusão nas salas comerciais, fato este que motivou sua seleção para a estréia do Cineclube Belém Insular. Até hoje é um dos filmes a que mais recorrem professores quando pretendem discutir a questão da migração nordestina para o sudeste do país nos anos 70 e 80.


 

Programação mês de agosto (sempre às terças-feiras):

Dia 10, 17:00h – O HOMEM QUE VIROU SUCO. 1980. Direção: João Batista de Andrade. Escola Bosque, Auditório.

Dia 17, 18:00h – SANEAMENTO BÁSICO, O FILME. 2007. Direção: Jorge Furtado. Escola Bosque, Auditório.

Dia 24, 18:00h – MACUNAÍMA. 1969. Direção: Joaquim Pedro de Andrade. Escola Bosque, Auditório.

Dia 31, 18:00h – LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA. 1977. Direção: Héctor Babenco. Escola Bosque, Auditório. (Início da mostra Clássicos do Cinema Policial Brasileiro)


 

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sobre o Cineclube Belém Insular

CINECLUBE BELÉM INSULAR

APRESENTAÇÃO, FORMAS DE PARTICIPAÇÃO E FUNCIONAMENTO


 

Cinema nas ilhas de Belém – o Cineclube Belém Insular


 

Os amantes do cinema não podem reclamar da qualidade e até do volume da difusão de cinema na capital paraense. Lhes é facultado constatar a existência de cinemas e cineclubes, muitos deles, inclusive, em movimento convergente de organização, em vias de consolidarem entidade máxima de representação. Poucas cidades brasileiras desfrutam o gosto de salas como a dos cinemas Líbero Luxardo, Olympia e Maria Silvia Nunes, ou de cineclubes de fecunda atividade como o Alexandrino Moreira, o Pedro Veriano, ou o cine CCBEU, só para citar um punhado deles. Há projetos notáveis como o INOVACINE, da Fundação Estadual de Pesquisa FAPESPA, ou CineEscola Amazônia da SEDUC/UEPA, e até mesmo associações mobilizadas em torno do tema como a APCC, de críticos de cinema, e a APJCC, de jovens críticos.

Sentindo-nos tentados a participar desse denso movimento, ressentimos, ao mesmo tempo, nós trabalhadores e moradores das ilhas de Belém, que, infelizmente, muito pouco dele tenha abarcado com igual intensidade a radical territorialidade de nossa capital. Ora, Belém, embora parte de seus cidadãos ignore isso, é um município que guarda diferenças radicais em sua composição. Assim, do mesmo modo que se tem a sensação de se estar numa metrópole mundial ao se flanar, talvez, pela Presidente Vargas, não se consegue conter o sentimento próprio de deslumbramento com a natureza amazônica, há vinte minutos de Icoaraci, na atmosfera bucólica da ilha de Jutuba. Expressão dependente de equipamentos e condições técnicas para sua difusão, o cinema, como outros bens e serviços, alguns essenciais, acompanha essa polarização, que é, em certa medida, excludente.

Entretanto, esse quadro começa a sofrer alterações - para melhor. Aproveitando as políticas oficiais de editais, que são demandas sociais oriundas de conferências e pesquisas, temos o gosto de anunciar o nascimento do CINECLUBE BELÉM INSULAR, uma estratégia de superação de algumas dessas demandas relacionadas ao cinema.


 

De onde vem, pra onde vai


 

O Cineclube Belém Insular é fruto ao mesmo tempo de uma parceria e de uma política. A parceria se deu através da articulação entre o MMIB (Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém, com sede na ilha de Cotijuba) e a Fundação Escola Bosque. Enquanto o movimento da sociedade civil organizada entrou como proponente do projeto, o órgão público dispôs estrutura física e humana para que se pudesse efetivá-lo. O Edital Cine Mais Cultura Pará, foi a política que permitiu o acesso aos equipamentos, parte importante do acervo cinematográfico e à capacitação, através de oficinas, dos responsáveis principais por efetivar o projeto. Tal política é a manifestação, no estado do Pará, da Ação Cine Mais Cultura, Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura do Brasil, em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado do Pará (SECULT).

Os equipamentos recebidos – videoprojetor, sistema de som 2.0, tela, microfones e cabos –, encontraram inevitável parentesco com atividades semelhantes ou afins desenvolvidas nas duas instituições. Enquanto o MMIB vinha trabalhando, através do projeto Conexão Digital, a confecção de pequenos vídeos e ensaios fotográficos sobre o cotidiano das ilhas, na Escola Bosque, muitos educadores mobilizavam o cinema em seus projetos pedagógicos, valendo-se da linguagem áudio-visual como discurso e também como recurso indispensável aos objetivos de suas disciplinas. Não foi difícil, diante desse quadro, visualizar a parceria.

O Cineclube se efetivará através de sessões semanais sempre no mesmo dia (terça-feira), local (Escola Bosque, em Outeiro) e horário (18:30h). Ocorrerão, além dessas, a sessão quinzenal em Cotijuba (matinal, aos sábado, na UP Faveira), e as sessões extras, a serem programadas. A intenção do Cineclube é que todas as sessões sejam comentadas ou debatidas.


 

É como coração de mãe...


 

Um Cineclube não é nada se não cativar um público. E mais: não pode entender esse público apenas como alguém a quem vai oferecer uma projeção de cinema. Por isso, o Cineclube Belém Insular está buscando formas de participação as mais democráticas possíveis. Os interessados poderão, dentro de um primeiro esquema, participar como Associado, ou conformar o Grupo de Pesquisa e Experimentação em Cinema e Cineclubismo (inclusive, neste primeiro momento do projeto, contribuindo com sua fundação), ou, ainda, compor, conforme sua disponibilidade, a equipe de coordenação do Cineclube. Por fim, há simplesmente a possibilidade de se assistir às sessões, expressar opiniões sobre as obras exibidas, incrementar os debates.

Convém deixar claro que são direitos dos associados e dos demais participantes de quaisquer atividades do Cineclube, inclusive daqueles que freqüentam as sessões, desde que respeitado um planejamento prévio, formatarem exibições, promoverem debates em torno de temas que lhe sejam caros, colaborarem na gestão, criticarem e sugerirem. Os que compuserem o grupo de pesquisa e experimentação poderão, ainda, dispor da estrutura material e humana existente para trabalhar a produção de material áudio-visual, dentro das possibilidades do que há disponível no Cineclube.


 

Cineclubismo no universo escolar


 

Das características mais notáveis do Cineclube Belém Insular é sua relação com a Fundação Escola Bosque, uma instituição com atuação dentro das áreas de educação e meio ambiente, dois temas com que o cinema tem se relacionado e exprimido. Tem sido motivo de grande discussão entre críticos, realizadores e amantes do cinema a capacidade e a possibilidade pedagógica do cinema, assim como sua tendência de apropriação e expressão dos mais variados temas humanos. O passado e o futuro, a herança cultural da humanidade, os mitos e os costumes: o cinema, em pouco mais de um século de vida, engoliu e digeriu a realidade, repensou o que já foi, discursou sobre o porvir. Poderia a educação ignorar-lhe a amplitude e o acolhimento que a humanidade atribui à chamada sétima arte?

O cineclube Belém Insular acredita que o cinema, sobretudo quando é difundido na forma de cineclube – isto é, desatrelado de imposições comerciais, com sua programação demandada por um público que sabe o que quer –, possui a potência inestimável de ampliar o entendimento dos motivos pedagógicos, acrescentando-lhe o ponto de vista áudio-visual. Se não ignorarmos a difusão universal do cinema, veremos que isso não é só possível, como urgente.

Não se trata, dentro da proposta deste cineclube, de apenas ilustrar, com uma exibição de cinema, um tema qualquer. Trata-se, isso sim, de aproveitar o ângulo de expressão do cinema, sua linguagem, seu contexto de produção, como meio de acesso ao objeto de conhecimento, seja tal objeto tema da aula de filosofia, matemática ou qualquer outra disciplina do contexto escolar e até extra-escolar. A natureza da linguagem cinematográfica – síntese da fotografia, da literatura, do teatro, das artes plásticas –, leva certos filmes a exprimirem temas que atravessam, ao mesmo tempo, várias disciplinas dos currículos escolares, num mosaico interdisciplinar riquíssimo.

Buscando dinamizar da melhor forma a inserção do cinema na sala de aula, o Cineclube Belém Insular promoverá sessões regulares e extras em que possam coexistir o direcionamento pedagógico a um grupo determinado de alunos e o gosto do público geral. O debate, que nesses casos inclui a participação de educadores, enriquece ambos os grupos. O planejamento de tais sessões se fará entre os educadores e/ou alunos e a equipe do cineclube.


 

Querendo ajudar, a gente aceita


 

Qualquer noviço cineclubista sabe que sua atividade, embora sendo sem propósitos econômicos, possui um custo. No caso do Cineclube Belém Insular, esse custo não inclui o acesso aos equipamentos, que já se dispõe, e sim a manutenção das atividades – as impressões do material de divulgação, dos folhetos explicativos, a aquisição de livros sobre cinema e DVDs com filmes, o transporte e alimentação de sua equipe. Daí, a abertura e até a necessidade de colaboradores para dar prosseguimento às atividades.

Rogamos, então, aos admiradores do cinema e aos incentivadores solidários que, quando possível, ajudem o Cineclube Belém Insular em quaisquer das seguintes ações: doação de livros e/ou DVDs; impressões de banners, cartazes, informativos ou fotografias; disponibilização de equipamentos de captação e edição de obras áudio-visuais; realização de oficinas teóricas, críticas ou práticas sobre cinema, ou cursos e mini-cursos afins; doação de quantias em dinheiro; ajuda ou mediação no estabelecimento de parcerias com grupos e pessoas da área do cinema. O Cineclube Belém Insular se encarregará de prestar, de forma transparente, todas as contas referentes ao que vier a receber de colaboradores.